segunda-feira, 4 de maio de 2009

esconderijo na escuridão @;


Já fui criança com medo de escuro, com medo de fantasmas, de barulhos estranhos de baixo da cama. Já tive tanto medo de ficar sozinha na luz apagada, que escutava passos, ouvia sussurros e via vultos, de todos os tipos. Já fui tão criança ao ponto de acreditar em bicho-papão e bruxa malvada. Já fui tão criança que tinha medo de abrir o olho para enxergar a verdade.
Agora, deixei para trás o medo de escuro e adquiri o pavor do claro, tenho tanto medo de olhar em volta quando a luz ta acesa, que vejo fantasmas, fantasmas da solidão, da desesperança, da angustia, da traição, da desconfiança, vejo fantasmas de todos os estilos. Me tornei tão irracional, que tenho medo de abrir o olho para enxergar a verdade.
O tempo me fez começar a gostar do escuro, onde os fantasmas se escondem, o tempo me fez amadurecer e perceber que o pior da vida, agente enxerga com a luz acesa, e tudo isso me fez querer voltar atrás, quando meus pesadelos não passavam de monstros com formas estranhas e dentes afiados. E acima de tudo, o tempo me fez entender que pessoas normais podem te machucar muito mais, do que monstros de formas aterrorizantes.

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