domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais sincero impossível

Amor de fã é o mais sincero possível, porque mesmo não sendo um amor recíproco ela não se importa, ela ama pelos dois. É quase uma adoração, é sentir orgulho dele, estar feliz por ele. Fã de verdade não tem raiva de namoradas, noivas, afinal, não vemos eles como homens. Vemos como escritores, como músicos, como raras pessoas que entenderam o sentido da vida. Eles mexem com a gente porque ajudam quem precisam, porque aprenderam que o maior objetivo da vida é ser feliz, nós os amamos porque eles nos amam afinal. Eles amam as fãs, eles se misturam, e por mais que diante dos olhos de muitas eles são superiores, para eles não passam de pessoas normais.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Matar também dói.



Eu tenho um decisão a fazer, uma decisão muito importante em nossas vidas. Decido que irei te matar, irei te matar aos poucos, porque - diferente das mortes normais - esse é o jeito que dói menos. Não vou te matar do meu coração, vou te matar da minha vida, o que não quer dizer que não te amarei mais. A principio achei que seria uma atitude totalmente altruísta, que seria o melhor pra você, se eu te matasse você poderia seguir o seu caminho sem ter com o que se preocupar, agora sei que não é bem isso, sei que te mato por medo, afinal sei que te matando ou não, o seu caminho já está escolhido. Perceber que eu fiquei em segundo plano, que terá alguém que possa guardar melhor seus segredos, alguém que você confie mais, fez doer muito. Assim, minha decisão tornou inevitável, te matar virou a melhor saída. Mas quem sabe um dia, daqui uns 10 anos, você tenha desistido desse caminho e a gente se encontre na porta de um banco qualquer, isso é só uma hipótese é claro, você não parece querer desistir tão cedo, na verdade parece que seguirá isso pelo resto de sua vida, mas tudo bem, eu entendo, não é a gente que escolhe quem importa. Por enquanto, te digo que não tenho mais condições de saber que te perdi, saber que você já me matou um pouco e continuar tentando permanecer em pé ao seu lado. Então, todas as promessas que eu fiz você fazer quando eu estava com medo, eu sei que elas estão perdendo o seu valor com o tempo, mas agora te autorizo - como se fosse preciso de autorização - a esquecer todas, a seguir em frente e fazer novas para alguém um tanto mais importante. Te autorizo, ou melhor te imploro, que siga em frente e deixe tudo para trás abandone o passado e não viva na expectativa de me encontrar algum dia, deixe essa comigo.

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poucas palavras.

Se um dia você fizer com que alguém sempre que olhe para as estrelas lembre de você e do quanto te ama, parabéns você eternizou o amor.

Amor sombrio

Deitei minha cabeça no travesseiro, meus olhos foram ficando pesados, nenhum pensamento fazia sentido mais, era tudo tão vago, tão vazio, tão escuro. Ele foi se aproximando de mim, em passos calmos, estava tão perto que eu poderia tocá-lo, eu queria tocá-lo, mas algo me impedia, meus braços estavam completamente amarrados, eu estava amarrada, sentada numa cadeira, com cordas em volta de todo o meu corpo. Ele sorria pra mim, e tudo estava ficando claro, muito claro, pareciam flashes de luzes, meus olhos ardiam, eles não podiam suportar aquele clarão. Abri os olhos assustada, e estava no meu quarto, tudo não tinha passado de um rápido sonho, ou melhor, pesadelo.
Tudo que eu mais queria naquele momento, era ser uma menina comum. Poder viver um amor platônico, sem me preocupar se enquanto eu estiver ocupada demais escrevendo ridículas cartinhas de amor, o mundo possa estar sendo destruído por almas enfurecidas que buscam algo, que eu realmente não faço a mínima ideia do que seja.
Levantei da cama, com os olhos pesados, fui ao banheiro, girei a torneira e aquele barulho de água caindo era tão tranquilo, tão normal, que senti cada músculo do meu corpo relaxando, até que involuntariamente meus olhos desviaram para o canto da pia, onde tinha encontrado de manha aquele bilhete. Estremeci, meu corpo se contraiu e dei alguns passos para trás. Acabei amolecendo e cai sentada num canto do banheiro, com toda aquela confusão ainda não tinha parado pra pensar o quão aterrorizante era tudo aquilo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Minha última carta.

Eu cansei, cansei de verdade. Não aguento mais bater na mesma tecla, não quero mais, não suporto mais escrever sobre você. É tudo tão velho, tão ultrapassado, esse você nem existe mais - se é que um dia existiu - tudo o que aconteceu foi enterrado, está tudo morto. E mesmo assim, eu continuo aqui escrevendo linhas e linhas de algo tão velho, que já é como se não houvesse existido, mas me falta capacidade, me falta palavras para descrever algo diferente. Talvez mais que isso, talvez me falte sentimento, pois ao que me parece ele está ridiculamente reservado à uma pessoa da qual não existe mais. Isso é estúpido da minha parte, perder meu tempo juntando palavras, lhe dando vida, sentimentos, mostrando para elas uma direção errada. E sabe qual é o pior disso tudo? É que se eu pensar bem, calcular bem, foi tudo muito pouco, e se eu pensar melhor ainda, não foi nada verdadeiro, nada marcante, não teve sentimento algum. Bom, agora talvez eu tenha exagerado um pouco, teve sim algum sentimento, foi até bem divertido. Isso! Divertido, essa palavra descreve tudo, não passou de diversão! Ta ai algo que ambos concordamos, algo que você concordou dês do inicio, no fim eu entendo que fantasiei demais. Agora, não te tiro a razão de achar que sou obsessiva, até um pouco louca, não te tiro a razão de se assustar com o meu ciumes até um pouco doentio. Mas quer saber? Vou tacar um bonito fodase pra você! Sou louca e ciumenta? Sou sim, e você é mentiroso, ridículo, infantil, idiota, beija mal, e não se já te disseram, mas você rebola demais para andar. É incrível como agora tudo parece mais claro, eu fui uma idiota de pensar que te amei um dia, nunca passou de uma falta de amar outro alguém. Nunca foi por sua presença, nunca foi por causa das suas palavras, do seu olhar, do seu jeito de sorrir enquanto segura minha mão, nunca foi você. Depois disso, juntando tudo a conclusão é óbvia: VOCÊ NÃO PASSOU DE MAIS UM!

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nota: não escrever mais nada sobre esse individuo

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

É pra você.

Estou aqui para lhe escrever uma carta direta, porque eu cansei de ver a minha dona escrevendo milhares de cartas que nunca chegarão à você. Eu cansei de aguentar tudo o que você fez de olhos fechados, cansei de aceitar que ela sofra e se culpe, por causa de um idiota, sim um tremendo idiota. Você não passa disso, um idiota incosequente, então, querido idiota, estou aqui para te dizer algumas coisas, estou aqui para te dizer que a cada mentira que você a fez acreditar eu fui machucado, profundamente machucado. Agora, graças à você eu estou em cacos, despedaçado, esperando que com essa carta eu possa me recuperar. Recuperar incluí fazer que todas aquelas lembranças não me apertem mais, fazer com que todos os meus pedaços se encaixem, incluí fazer a minha dona mais feliz, mais confiante de si, fazer com que ela passe do seu lado e não perceba que é você, o garoto que ela tanto amou. Você sabia disso? Que ela te amou, pouco me importa se ela não disse, afinal, do que vale palavras para você? Se todas que você disse, foram inventadas. Ela te olhou do jeito mais sincero, ela quis te fazer feliz de um jeito irracional, isso não seria o suficiente? Bom, pra você tremendo idiota falso e inconsequente, deveria ser mais do que suficiente, porém para ela, não era. Ela queria te dar tudo, ela rezava por você todas as noites, dava seu nome as estrelas, guardava vaga-lumes em potes e dizia que era a luz do amor, ela nunca deixou um vaga-lume morrer, mas você não ligava, você apareceu e o matou. Querido idiota, você está entendendo? Está absorvendo cada palavra? Você tem capacidade para isso? Eu era perfeito e você me machucou, você magoou quem eu mais amo, quem eu tento proteger. Porém idiota, eu não se você já percebeu, mas a minha dona me tratou de um jeito que me fortaleceu muito, eu costumava ser forte antes de você. Você entende o que você fez? Hoje eu não consigo mais cuidar dela, eu a vejo chorando todas as noites, e sabe o que é pior tremendo idiota? Eu também o amo, eu amo aquele que me tocou, que conseguiu mergulhar fundo, aquele que desvendou os meus mistérios. Amo aquele que me confortou, que me segurou nos braços e apertou forte. Amo aquela sensação sabe, quando você estava com a minha dona, quando você disse cada uma das suas doces mentiras. Bom, por mais que eu não queira, eu amo o seu sorriso, as suas mãos, amo as suas brincadeiras... Mas sabe o que eu não amo? Na verdade o que eu odeio, eu odeio o que você se tornou, ou pior, o que você revelou ser. Talvez você sempre tenha sido esse idiota, um idiota ótimo em encenar. Lembrar disso me machuca, afinal, isso trás tudo aquilo, AQUILO! Você provavelmente não lembra, mas vamos refrescar a sua memória... Aquele primeiro dia em que te vi com outra, nesse dia a gente não tinha nada fora um sonho, mas aquilo doeu, por mais que minha dona não quisesse permitir que doesse, por mais que ela estivesse rindo e brincando, eu sentia a dor. E meu Deus, eu devia ter percebido que você não passava de um tremendo idiota naquele dia! Como eu fui deixar você convencê-la com aquelas palavras ridiculamente mal escolhidas? Se eu tivesse feito isso, talvez não teriam mais "aquilos", essa seria a única dor. Mas como você sabe, não foi bem assim, você não parou por ai! Você mentiu incontáveis vezes, você a enganou com todas as armas que podia, você tentou reverter tudo e machucou mais um pouco, então... você lembra o que você fez não é mesmo? Você lembra que você foi embora! COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO?! Bom querido idiota, me sinto muito envergonhado para dizer isso, mas quando você foi embora a dor foi muito maior, deu um vazio enorme, as lembranças não preenchiam tudo, faltava algo, faltavam sorrisos! Faltava vida, faltava você! Eu até pediria que você voltasse, se eu não soubesse que o você por qual eu e minha dona nos apaixonamos, está morto. Completamente morto e enterrado, então me despeço aqui, sabendo que não disse nada com nada! Sabendo que deve ter sido tudo em vão, me desculpe querido idiota, mas eu precisava liberar um pouco da angústia que você deixou aqui dentro. Ah, como eu já ia esquecendo! Que cabeça a minha, quero te pedir para que devolva a minha chave, você trancou dentro de mim muita dor, e impossibilitou que outro alguém entrasse e trouxesse o seu amor para me curar.
Muito obrigada por cada sensação boa, por mais que eu tente negar, elas valeram e ainda valem cada segundo de dor.

De um coração que você desvendou.

Poucas palavras

Não quero reviver o passado, quero ter você no meu futuro.

Difícil não lembrar

Acordei, me sentia fria, completamente gelada. Mais do que isso, pior do que isso, me sentia vazia. Caminhei até a sacada e vi o que temia, vi nuvens, pedaços brancos no céu que não formavam nada. Sentei no chão, e pensamentos horríveis me invadiram, agora não parecia mais tão errado fingir amar alguém, não soava como enganação, era mais como um esforço para retribuir um sentimento. E afinal, era a minha única solução, já que até hoje não tinha encontrado outra maneira de apagar algumas marcas, mergulhar em um novo amor - mesmo que inventado - parecia a forma mais fácil e eficiente para se esquecer de um antigo. Então parei, e procurei dentro de mim aquele sentimento, procurei todo o meu desejo, carinho ou pelo menos uma simples simpatia por ele, mas não achei, nem por ele nem por ninguém. Talvez não precisasse fingir nada, pelo o que parecia eu estava completamente curada, bom eu estava, até me deparar com o sorriso errado. Na verdade, até perceber que estar curada não era um desejo, nem mesmo uma vontade, eu gostava de tudo que sentia, gostava das lembranças mesmo que doessem, gostava de cada pequeno pedaço dele, eu amava aquilo, por mais que me machucassem, talvez até amasse a dor. Não adiantaria fingir, me sentir vazia doía muito mais, de um jeito ruim, tentar amar outro alguém não me satisfazia. O que me completava era a esperança de encontrá-lo mais uma vez, eram as nossas músicas, lugares, eram as pequenas lembranças, as quais pude encher uma página: os apelidos engraçados, um time de futebol, as brigas idiotas, uma marca de roupa, um lugar, um restaurante, uma loja, uma atitude, uma roupa, um doce, uma escola, um objeto, uma brincadeira boba, um copo, uma festa, um toque, um sentimento[...]

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Se te disserem "para sempre", desconfie.

E quando tudo parece bem, a vida lhe obriga a mudar. Como um raio, o final cai em cima de você, e é nessa hora que você aprende que nem sempre terá alguém do seu lado para te abraçar, é quando você tenta aceitar isso com mais maturidade do que supostamente você tem, só para depois poder sair correndo e tirar do guarda roupa aquele velho ursinho que dormia com você todas as noites.
Quando você menos espera, as pessoas te supreendem com palavras que machucam, e então você entende que é hora de ir embora, simplesmente chegou o momento de abandonar tudo. Na hora voce percebe que realmente, nada pode durar para sempre e que promessas possuem prazo de validade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Viva um pouco mais

Pelo menos um dia na vida, acorde antes de toda a cidade e passe horas na janela, veja como é tudo muito lindo. Depois disso, tome um banho gelado, respire fundo e pense, que hoje - pelo menos hoje - você não se permite pensar em nada que possa te deixar para baixo, então sacuda a cabeça e siga em frente. Coloque uma roupa qualquer, se sinta a pessoa mais bonita do mundo e vá tomar um sorvete. Sim, vá tomar um sorvete de manha, e se a sorveteria ainda estiver fechada, passe seu tempo conversando com um desconhecido, conte um pouco sobre as suas felicidades, compartilhe as com ele, ajude uma senhora a atravessar a rua e volte para o seu sorvete, escolha todos os sabores os quais você gosta e experimente um novo, ele pode se tornar o seu favorito.
Volte para casa, dispense a empregada e diga que hoje é tudo por sua conta, faça o almoço e limpe a casa, coloque tudo do jeito que você gosta, separe as suas roupas, faça uma limpa em cada gaveta.
No final da tarde, assista uma comédia idiota e saia com as amigas, conheça pessoas novas e seja você mesma, sinta que você esta sendo quem você realmente é, não de uma risada forçada se quer, fale do jeito que você fala, não mude seu sorriso, ele é lindo naturalmente. Brinque com todos, mas não passe dos seus próprios limites, respeite suas regras internas e não avance o sinal porque alguém pediu, só mude seus princípios caso você queira.
Quando deitar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos, vai perceber que precisa fazer tudo de novo e que ser feliz é muito mais fácil do que dizem.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Te perdi, e agora?

Na vida, muitas vezes nos aparecem situações que não desejamos enfretar, mas simplesmente não temos outra opção. Situações que envolvem perder alguém, nem sempre porque a pessoa está longe, ou porque se foi desse mundo. Digo também quando pessoas perdem seus lugares dentro de nós, ou quando nós perdemos nossos lugares dentro delas. Com certeza a segunda opção dói mais, afinal, existe dor mais forte do que você saber que não é mais bem vindo, saber que se perdeu no tempo e não percebeu quando foi excluida do amor de alguém, tem como entender quando tudo muda muito rápido e você não está preparada para viver sem aquele sentimento reciproco ou melhor tem como viver mesmo assim? Não, não tem como, bom pelo menos para mim não, porque de acordo com o meu ponto de vista, viver é muito mais do que mergulhar em lembranças de momentos que não aconteceram, do que andar atrás de você esperando que vire de costas e me enxergue, é muito mais do que esperar que volte para onde eu nunca saí, do que sentir um vazio, uma frieza. Para mim viver é muito mais do que estar presa numa liberdade insana, estar solta no mundo quando tudo que se deseja é alguém que te segure, não um alguém qualquer, mas sim um alguém que já quis isso e desistiu no meio do caminho.
Perder alguém causa uma dor que não tem uma bula prescrita, porque varia de pessoa para pessoa. Em mim, é uma dor quente, realmente quente e é como se alguém me esmagasse por dentro, quebrassem cada osso do meu corpo. A frequencia dos sintomas é bem imprecisa, normalmente quando vejo um velho recado, uma foto, alguma letra de música perdida, ou quando fecho os olhos e encontro os seus, às vezes até com um livro ou um filme... Ah sim, e a cura? Bom esta eu ainda estou procurando.

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bom, resolvi começar a divulgar mesmo o blog, mas como fiquei sem net postei menos.
desculpa aos poucos seguidores, porém importantes. prometo ser mais fiel!
um beijo :*

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Poucas palavras.

Amizade não é o tempo que se constroi, são os momentos em que se vive.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A little girl

6:00 AM

Heeeeeeey, i'm looking up for my star girl, i guess i'm stuck in this mad world

- Alô?
- Desculpa ligar essa hora, você já ta acordada?
- Ainda estou...
- Não dormiu ainda pequena? Ta fazendo o quê?
- Nada, to na janela pensando...
- Pensando no quê?
- Em como tudo daqui de cima parece pequeno, já está de dia sabe, mas os postes de luz continuam acesos, isso dá um efeito tão lindo. E as casas, elas são tão pequenas, perdidas em ruas, simetricamente organizadas, eu olho para elas como se fossem todas minhas, como se eu as observasse de um plano superior. Então, as pessoas, meu Deus! Elas não passam de pequenas pessoas, olhando daqui é como se eu fosse tão grande, como se elas não pudessem jamais me atingir, como se eu reinasse na minha fortaleza. Eu me sinto grande o suficiente para chegar lá em alguns passos, e quando chegar fazer todos olharem para cima com medo de serem esmagados, mas isso não aconteceria, se eu fosse até lá simplesmente me misturaria e seria só mais uma pessoa perante olhares que deslizam pela multidão.
- Para mim o seu tamanho não importa, você nunca será somente mais uma. - Com as mãos tremulas, desligo o aparelho, aquilo era proibido demais para mim.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Uma viagem ao tempo

Era hora do almoço, e minha vizinha chegou louca na minha casa dizendo que tinha encontrado uma máquina do tempo no porão da sua casa, provavelmente era do seu bisavô, ela disse que viajou no tempo e viu coisas incríveis. Ela falava desesperadamente, pulava palavras e se engasgava, até que me olhou nos olhos e perguntou se eu gostaria de experimentar.
Nós fomos até a casa dela, descemos as escadas, quando ela acende a luz eu posso ver uma máquina enorme com luzes piscando e um pequeno painel, me dirijo até lá, digito no pequeno teclado: 1999. Então minha vizinha grita:
- Tome isso, quando quiser voltar é só apertar esse botão. - Entro na máquina, tudo escurece e quando abro os olhos me vejo, literalmente me vejo, com recém 5 anos, sentada no chão da minha antiga casa.
Vou andando lentamente até chegar ao meu encontro, abaixo e digo olhando em meus olhos, ou seria seus olhos, enfim, não importa:
- Você precisa acreditar em mim, eu sou você daqui 10 anos, tenho muitas coisas para lhe contar e você precisa acreditar. Quero te dizer para tomar um pouco mais de cuidado com quem se escolhe, para desconfiar mais de algumas pessoas e simplesmente acreditar em outras, quero que aproveite todos os segundos um pouco mais, porque tem coisas na vida que passam tão rápido, mas tão rápido que lhe dão a impressão de que nunca foram vividas por completo. Então meu pequeno eu, durante esses próximos 5 anos brinque muito, aproveite tudo que a vida lhe der, sinta o sabor de um pote inteiro de sorvete e não se importe em devorar uma barra de chocolate, fique sem roupa o dia inteiro, diga aos seus pais que você os ama mais que tudo, pule em cima da cama, respeite os mais velhos, faça amizades, tenha um amor bobo só para você provar o começo do veneno, mas não se importe com ele. Por favor, viva muito intensamente, viva tudo que você puder viver e jamais se esqueça disso e o mais importante, não se preocupe, somente viva! Agora eu preciso ir, tenho que me encontrar com os meus 12 anos. - Aperto o botão e volto para o porão, peço permissão para dar uma passada em 2006 e ela autoriza. Fecho os olhos e novamente acordo, já em outra casa.
Como eu era diferente do que lembrava, eu estava lá sentada numa cadeira, tentando terminar alguma tarefa. Eu podia ver o que eu estava pensando, que era porque não podiam gostar de mim, porque eu tinha que ser tão diferente, estava pensando que não aguentava mais. Doía em mim me ver sofrendo daquele jeito, era apenas uma criança. Me aproximei dela e disse:
- Não se assuste, não grite. Eu falei com você quando você tinha 5 anos, não sei se ainda lembra. Mas eu sou você daqui 3 anos, sim, você realmente vai mudar bastante. Agora quero te pedir que me escute, as pessoas podem ser más quando elas querem, e isso vai te machucar, isso vai acontecer várias vezes, e você não pode se poupar disso! Você simplesmente tem que superar, e saiba que todos que lhe machucam agora, irão se arrepender depois. E caso não se arrendam, não te importe, e aos que se arrependerem saiba perdoá-los, afinal você vai errar muito, vai fazer muitas coisas que não deveria e vai esperar que seja perdoada. Agora, não mude suas decisões, eu sei exatamente o que você quer fazer, continue querendo, siga o seu instinto e depois você vai entender porque foi melhor para você. Outra coisa muito importante, daqui dois anos você vai encontrar alguém que dirá que te ama, eu não acreditei, então te peço que faça o contrário, peço que você acredite e valorize cada momento, e principalmente depois do trailer vermelho, só depois do trailer vermelho, diga que o ama e que sabe que não vai esquecê-lo, que não quer assustá-lo mas quer ficar com ele, para sempre. - Ela, eu, me olhava como se tivesse absorvido cada palavra e aquilo me satisfez, ainda mais quando ela soltou:
- Você voltou, ainda bem. Prometo que farei tudo isso, está tudo anotado.
- Espero que realmente faça, eu saberei quando voltar ao meu tempo se tudo se resolveu como deveria. - Apertei o botão.
Cheguei no porão e sai correndo pra casa. Depois eu explicaria o que havia acontecido, subi para o meu quarto abri uma gaveta, peguei uma agenda velha e fui até o M, Matheus, ainda estava ali o telefone dele. Peguei meu celular com a mão tremendo e digitei os números, logo depois uma voz suave atendeu:
- Alô, quem é?
- Matheus? Sou eu Lauren.
- Lauren? Meu Deus quanto tempo!
- Como assim, a gente não deveria estar juntos agora?
- O quê? A gente não se fala já vai fazer 6 meses.
- Garota idiota. Eu não disse que te amo?
- Disse Lauren, mas depois eu te contei que não conseguia sentir o mesmo, lembra? O que deu em você?
Foi a gota d'água, desliguei o telefone, e finalmente com toda a certeza do mundo eu percebi, não havia nada que eu pudesse fazer para mudar o que tinha acontecido. Voltar no tempo para corrigir os meus erros, não fora suficiente para ele.
Nem sempre quando a pessoa parece perfeita para você, ela realmente é.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Um pote vermelho escuro

O tempo passou, mas as vozes suaves que me contam suas idiotices não cessaram, muito menos suas palavras que mostram o quanto você não vale as consequências. Ainda assim guardo lembranças de um outro você, um você que se importa com coisas menos banais. Guardo lembranças antigas, guardo lembranças do seu sorriso, lembranças do seu abraço, lembranças de cada passo, guardo lembranças de cada risada, lembranças da chuva, lembranças da terra molhada, guardo lembranças de cada frase, lembranças de andar de mão dada, guardo lembranças passadas, lembranças que deveriam estar guardadas. Guardo tudo junto, dentro de um pote vermelho escuro, guardo todas as suas brincadeiras, guardo todos os seus sorrisos, guardo tudo que for possível, guardo a minha vergonha, a minha timidez, guardo o meu arrependimento, o meu sofrimento, guardo tudo dentro do meu querido pote vermelho escuro.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ano novo, vida nova

Ta ai uma frase clichê demais para o meu gosto. Isso mostra a falta de capacidade das pessoas de mudarem tudo que há de errado em suas vidas. Afinal, chega o final do ano, papel e caneta na mão, e vamos lá, todos escrevendo uma lista de resoluções. Agora me diz, porque a necessidade de esperar um ano inteiro acabar para poder querer mudar tudo, é uma coisa que não consigo entender, achar uma data fixa para mudar o que você já sabe que não tá certo há um bom tempo.
Porque não ir deitar pensando, a partir de agora - não importa que dia seja agora - eu vou sorrir mais, vou brincar mais, vou me importar com palavras banais menos, vou acabar com todos os meus preconceitos, vou amar alguém incondicionalmente sem ver beleza, vou sair correndo na chuva, vou ser mais simpática com quem não conheço, vou inovar, vou mudar o mundo do meu jeito, vou ajudar mais, vou cruzar fronteiras imaginárias, vou ser mais eu, vou fugir menos, vou sonhar mais, vou ser mais feliz, vou simplesmente, viver mais intensamente.
Mas também, vou deixar o destino me mostrar o caminho, vou aprender, vou mudar minha lista toda noite, vou rever princípios, vou querer tudo diferente, vou chutar o balde às vezes só pra descontar toda a raiva, vou mudar com erros alheios, vou ser afetada por pessoas desimportantes que farão mudar o meu jeito de ver o mundo, vou ser outro eu a cada dia que passar.

Que venha amanhã, e mude tudo!