terça-feira, 2 de março de 2010

Longe ou perto de mais?

O tempo passa, o tempo corre, para algumas pessoas o tempo até voa. Tudo que um dia vivenciamos passou, tudo acabou, e as lembranças são traiçoeiras, você não sabe mais o que era realmente verdade.
Agora tudo é tão pouco, detalhes são tão desprezíveis e você sabe que se nos cruzarmos ou não, tanto faz. Tudo parece tão distante que é como se nunca houvesse existido, bom, pra você é como se nunca houvesse existido. Às vezes eu ainda gastos alguns minutos do meu presente lembrando as horas do passado, tentando recapitular tudo e reviver cada sensação mais uma vez. Sensações um tanto quanto banais, ou quem sabe não, depende do ponto de vista.
Mas bem, um destino um pouco irônico o nosso não? Você faz de tudo para permanecer distante, eu faço de tudo para não querer estar perto e algumas brincadeiras nos envolvem sem que seja preciso trocarmos uma única palavra. Isso me lembra algumas cenas fictícias: vivendo num mundo paralelo, extremamente perto sem saber, com uma estranha presença que prega um sorriso no rosto, uma lembrança na cabeça e um aperto no coração. A dúvida de saber se ali do lado tem quem você espera e mais importante ainda, se ali do lado ou em qualquer outro lugar esse alguém te espera.
Não quero te ver, de preferência nunca mais. A imagem que eu guardei é muito mais interessante, um pouco distorcida, um pouco interna. Porém muito melhor que a original, a que eu tenho guardada é mais pura, limpa, carinhosa, por incrível que pareça ela é até um tanto romântica. É uma imagem não sua, mas que por algum motivo irracional ela foi relacionada a você, de uma forma ridícula, que me prendeu agora a algo que não existe. Me prendeu a uma mistura do que você é com o que eu gostaria que fosse, com o que parecia que fosse, enfim, com o que você não é.

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