segunda-feira, 6 de julho de 2009

perfeita contradição, como dia e noite

Aquela vontade torturantemente irracional, uma saudade extremamente irresistível, aquela estranha última lembrança de você saindo dos braços de uma desconhecida qualquer e indo embora daquela última festa em que nos vimos. Um desejo de vingança concorrendo com o desejo do seu beijo numa batalha estupidamente idiota, com um vencedor claramente escondido pelo ódio dos meus olhos inconscientemente apaixonados por você.
Como amor e ódio, você e eu, irônicamente perfeito, irônicamente correto, racionalmente ridiculo, uma paixão completamente impossível.
Você e eu, num passado distante, você e eu, apenas por um instante, num lugar perfeitamente simples, com uma multidão imobilizada pela suavidade do seu sorriso e a sinceridade do seu olhar se encontrando ao meu, com uma multidão silenciada pela sua mão que tocava a minha acaraciando com as pontas dos dedos, naquele gesto tão involuntário quanto a batida acelerada dentro do meu peito quando você sussurrava com calma as três mágicas palavras.
Uma real ilusão, tão real que pude me sentir cada dia mais iludida pelas verdades mentidas.

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