segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Amor sombrio

Deitei minha cabeça no travesseiro, meus olhos foram ficando pesados, nenhum pensamento fazia sentido mais, era tudo tão vago, tão vazio, tão escuro. Ele foi se aproximando de mim, em passos calmos, estava tão perto que eu poderia tocá-lo, eu queria tocá-lo, mas algo me impedia, meus braços estavam completamente amarrados, eu estava amarrada, sentada numa cadeira, com cordas em volta de todo o meu corpo. Ele sorria pra mim, e tudo estava ficando claro, muito claro, pareciam flashes de luzes, meus olhos ardiam, eles não podiam suportar aquele clarão. Abri os olhos assustada, e estava no meu quarto, tudo não tinha passado de um rápido sonho, ou melhor, pesadelo.
Tudo que eu mais queria naquele momento, era ser uma menina comum. Poder viver um amor platônico, sem me preocupar se enquanto eu estiver ocupada demais escrevendo ridículas cartinhas de amor, o mundo possa estar sendo destruído por almas enfurecidas que buscam algo, que eu realmente não faço a mínima ideia do que seja.
Levantei da cama, com os olhos pesados, fui ao banheiro, girei a torneira e aquele barulho de água caindo era tão tranquilo, tão normal, que senti cada músculo do meu corpo relaxando, até que involuntariamente meus olhos desviaram para o canto da pia, onde tinha encontrado de manha aquele bilhete. Estremeci, meu corpo se contraiu e dei alguns passos para trás. Acabei amolecendo e cai sentada num canto do banheiro, com toda aquela confusão ainda não tinha parado pra pensar o quão aterrorizante era tudo aquilo.

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